Falar de sapato é uma questão de estilo e de história também. Na região onde fica hoje a Armênia, mais ou menos 5 mil anos atrás, na mesma época em que inventaram a escrita e a roda, o primeiro sapato era criado pelo homem.
Desde então nossos calçados evoluíram muito. Mas pulando alguns milênios para frente, até 2018, você sabe quais são os principais modelos que um homem moderno deve ter em sua coleção e como usá-los?
Para responder isso e te ajudar a dar os passos corretos em direção a dias mais estilosos, fizemos um guia absolutamente completo dos sapatos sociais masculinos. Quais são os diferentes tipos, como eles surgiram e as ocasiões mais adequadas para cada um.
OXFORD
Eis um clássico que nunca sai de moda. O que define o Oxford, principalmente, são os furos do cadarço que ficam no próprio corpo do sapato.
Não se sabe exatamente onde ele foi inventado. As hipóteses mais aceitas são Irlanda ou Escócia. Mas é fato que o modelo foi popularizado na Inglaterra, pelos estudantes da Universidade de Oxford (daí seu nome) no começo do século 19.
Existem diversas variações do Oxford —material, cor, corte. Mas há um modelo coringa que todo homem precisa ter no armário: o preto básico de couro, perfeito para usar com terno.
DERBY
À primeira vista, o Derby é muito parecido com o Oxford. E eles de fato são. Qual é a sutil diferença entre os dois? No Derby os furos do cadarço ficam numa aba costurada.
Pode-se dizer que o Derby literalmente mudou a história do mundo. Ele surgiu quando um general da Prússia, durante as Guerras Napoleônicas, achou que seus soldados estavam perdendo agilidade na preparação das batalhas por causa de suas botas fechadas.
A solução que ele encontrou? Criar um modelo de laço aberto, que inclusive dava mais conforto para quem tinha pés largos. As tropas dele derrotariam mais tarde, em união com os ingleses, Napoleão em Waterloo.
A bota recebeu seu nome como homenagem: Blucher. E a versão de cano curtodela, que nas décadas seguintes se popularizou entre esportistas e caçadores, virou o Derby.
Por sua história, o Derby é considerado um pouco mais casual do que o Oxford, especialmente quando é de camurça. Mas também funciona com alfaiataria.
BROGUE
O Brogue na verdade não é um modelo de sapato e, sim, os furinhos decorativos que eles recebem. Mas o nome acabou se popularizando como um tipo de sapato. Você pode ter um Oxford Brogue, um Derby Brogue, uma bota Brogue e assim por diante.
Ninguém sabe a época exata em que o Brogue surgiu, mas acredita-se que foi na Irlanda, quando os trabalhadores começaram a perfurar seus sapatos para, assim, a água drenar mais rápido em serviços externos.
As primeiras referências do Brogue como item de estilo, no entanto, remetem ao início do século 20. Tradicionalmente o Brogue é um sapato casual, mas com o tempo ele acabou adotando uma característica bem versátil. Fica igualmente lindo com jeans ou terno.
MONK STRAP
Apesar de ser menos conhecido do que outros modelos presentes na matéria, ele está ficando mais popular a cada dia.
No lugar do cadarço, o Monk Strap traz alça e fivela. A versão com duas fivelas, o Double Monk Strap, é a mais usada.
Sua história vem de vários séculos atrás, quando os monges europeus decidiram trocar suas sandálias por estes sapatos, buscando mais proteção para os pés.
Nas últimas décadas o Monk Strap ganhou status fashion e, assim como o Brogue, é bastante versátil, indicado para eventos formais e casuais.
LOAFER & MOCASSIM
Muitas pessoas se confundem em relação ao Loafer (esquerda) e Mocassim(direita), achando que são nomes diferentes para o mesmo tipo de sapato. Isso não é verdade, apesar da semelhança entre eles.
O Mocassim é um sapato usado há séculos pelos índios norte-americanos. Ele é reconhecido pela costura lateral e por ser fechado, ou seja, não precisa de cadarço ou fivela para amarrar. Até pode ter cadarço, mas é meramente decorativo.
Já o Loafer, que traz as mesmas características descritas acima, possui duas versões para sua origem. Ele teria sido criado pela nobreza inglesa para ser usado em casa ou por um norueguês que visitou os EUA e desenvolveu uma versão modernizada do Mocassim, ao misturá-lo com um calçado tradicional dos pescadores escandinavos.
Qual é a diferença deles? Tal como o Oxford e o Derby, o Loafer tem salto baixo e sola separada. O Mocassim não possui nada disso, é um corpo único. Mas ele pode trazer embaixo alguns cravos (o chamado Mocassim Driver) ou uma camada fina de plástico.
Em geral ambos vêm com uma faixa de couro na parte superior do pé, às vezes adornada por um detalhe de metal. Os dois têm uma pegada mais casual, principalmente os modelos de camurça. Mas você pode usar com blazer tranquilamente e ficará bem.
TOP SIDER OU DOCKSIDE
Quando o calor aperta, é hora de tirar do armário os Boat Shoes, mais popularmente conhecidos como Top Sider ou Dockside, que em sua essência são iguais, apenas foram lançados por marcas diferentes.
O Top Sider foi criado por um velejador que, cansado de escorregar no deck do barco, se inspirou nas patas do seu cocker spaniel (que conseguia correr no gelo com muito equilíbrio) para cortar a sola do seu sapato num padrão semelhante, com o objetivo de ganhar tração.
Deu certo e, em 1935, ele lançou a marca Sperry, que se popularizou nas décadas seguintes entres os marinheiros e até hoje está em atividade.
Já o Dockside foi lançado em 1970 pela Sebago, seguindo a mesma fórmula, mas prometendo uma qualidade superior em relação aos Boat Shoes da Sperry. E eles cumpriram a promessa, tanto que na década seguinte virou um trend mundial.
Outra diferença? Enquanto o Top Sider nasceu feito em lona, o Dockside veio ao mundo em couro.
O que define o Boat Shoes originalmente é o seu solado riscado. Ele lembra um híbrido do Mocassim (por sua costura) com o Derby (pelo cadarço). Mas os Boat Shoes acabaram ganhando outro detalhe marcante com o tempo: o sistema de amarração em 360 graus.
Ele é perfeito para os dias quentes e eventos diurnos, inclusive casando bem com bermuda.
Fonte: www.elhombre.com.br
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